segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Cloreto de Magnésio


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    Cloreto de Magnésio - por Dr. Luiz Moura

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Existe uma neurose no AR... Vamos SIMPLIFICAR?

Em plena era da comunicação, com tanto oba-oba sobre saúde, doenças, alimentação e qualidade de vida; é fato que existe uma neurose no ar.

Alimentação natural e saúde não deveria ser motivo de tanto esforço e obsessão, mas simplesmente algo praticado com naturalidade e alegria.

Muitos me perguntam: por quanto tempo deverei tomar os sucos desintoxicantes ou devo praticar tal hábito saudável?

Mas penso que a pergunta correta seria: porque ainda insisto em tratar mal meu organismo e não sinto uma vontade simples, entusiasmada, de estar integrada com as ofertas da natureza?

Confira a forma divertida e irreverente que canto junto com a Rita Lee para ser saudável e feliz! 

Ouça: 

  01:42            05:04 

 

 

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domingo, 19 de outubro de 2014

Panatanal no Brasili

Para que serve o Pantanal?Juliana Arini - 26/09/2014 às 16:05

planeta1

“Desde o começo dos tempos águas e chão se amam. Eles se entram amorosamente. 
E se fecundam. 
Nascem formas rudimentares de seres e de plantas. 
Filhos dessa fecundação. 
Nascem peixes para habitar os rios. 
E nascem pássaros para habitar as árvores. 
Águas ainda ajudam na formação das conchas e dos 
caranguejos. 
As águas são a epifania da Natureza. 
Agora penso nas águas do Pantanal. 
Nos nossos rios infantis. 
Que ainda procuram declives para correr. 
Porque as águas deste lugar ainda são espraiadas 
para o alvoroço dos pássaros. 
Prezo os espraiados destas águas com as suas 
beijadas garças. 
Nossos rios precisam de idade ainda para formar os seus barrancos. 
Para pousar em seus leitos…”

A poesia “Águas”, do escritor Manoel de Barros, parece ser uma das melhores definições para a importância do Pantanal, a maior área alagável continental do mundo. Apesar de pouco científica, a ideia das águas que se espraiam dando formas a vida é algo que mesmo um leigo pode notar com um olhar mais atento sobre a região. Porém, a inquestionável beleza cênica do Pantanal parece não tocar todos os corações e mentes. Muitas vezes quando se fala da importância dessa área úmida para o país, há os que (ainda) questionam: afinal para que serve o Pantanal?

Traduzir a importância das áreas úmidas, categoria na qual se inclui o Pantanal mato-grossense, é a missão de vários pesquisadores. Desde a década de 1980, o alemãoWolfgang Junk, ecólogo,  ex-professor da universidade de Hamburgo, estuda os ambientes onde as águas reinam. Junk atua no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e desde a década de 1980 também estuda o Pantanal. É dele uma das definições mais citadas sobre o tema.

planeta2

Segundo o pesquisador as áreas úmidas seriam as porções “episodicamente ou periodicamente inundadas pelo transbordamento lateral de rios ou lagos e/ou pela precipitação direta ou pelo afloramento do lençol freático, de forma que a biota responde ao ambiente físico-químico com adaptações morfológicas, anatômicas, fisiológicas e etológicas, gerando estruturas especificas e características dessas comunidades”.

Uma definição técnica, e meio árida, para explicar que áreas úmidas são grandes esponjas e reservatórios d’água.  Além de regular cheias e secas, elas armazenam e purificam as águas, retém sedimentos, recarregam o nível d’água do solo, regulam o clima local e regional e também mantém uma grande biodiversidade associadas ao ritmo de suas águas.

As ameaças a proteção das áreas úmidas podem afetar outras regiões. No caso do Pantanal esse desequilíbrio interfere no regime hídrico de quase todo o país. “Muitas das chuvas do Sudeste dependem da evaporação dos rios pantaneiros. É claro que essa influência não é tão intensa quanto a dos rios da Amazônia, porém o processe de evaporação que ocorre no período de vazão do Pantanal, pode alterar as chuvas de outras regiões”, afirma Claumir Muniz, coordenador de pesquisa de ictiofauna do Projeto Bichos do Pantanal, realizado pelo Instituto Sustentar com patrocínio da Petrobras. Vale lembrar que muitos dos cursos d’água que nascem no Pantanal também desaguam nas regiões Sul e Sudeste do país.

Um dos alertas de pesquisadores, como Wolfgang Junk, é sobre a redução de proteção para as áreas úmidas brasileiras. Por falta de definição legal sobre o que seriam essas regiões, a preservação delas foi desconsiderada no texto do novo Código FlorestalLei de n.º 12.651, de 25 de maio de 2012.

Um dos grandes problemas é o mecanismo de definição das Áreas de Proteção Permanente (APPs) – onde as matas devem ser preservadas. No novo Código Florestal, ficou definido para todo o Brasil, sem considerar que 20% do território nacional é formado por áreas úmidas,  uma base de cálculo para APP que desconsidera o nível das maiores cheias.

Hoje, as APPs são calculadas apenas com base no nível médio do rio. O que em regiões como o Pantanal, onde as cheias chegam até a 6 metros,  reduz drasticamente a porção de vegetação das margens a ser preservada, expõe a região a maisdesmatamento e consequentemente gera mais assoreamento.

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Essa falta de proteção pode ter impactos imprevisíveis a longo prazo. As áreas úmidas são tão importantes que moldaram a civilização como conhecemos. Foram as cheias do rio Nilo, no Continente Africano, que permitiram o desenvolvimento da civilização egípcia. A fertilidade dessas áreas garantiram a continuidade da agricultura e deixaram tempo suficiente para que os homens pudessem investir em artes e tecnologias novas, medicina etc.

Uma importância que se estende até hoje por todo o planeta. As grandes turfeiras(regiões alagadiças com vegetais em decomposição) do Hemisfério Norte, por exemplo, são verdadeiras reguladores do clima global.  Elas estocam grandes quantidades de matéria orgânica, onde estão toneladas de CO2 e metano - gases de grande contribuição para as mudanças climáticas. Para o professor John Couwenberg, pesquisador da Universidade de Greifswald, na Alemanha, essas regiões poderiam sozinhas reduzirem as emissões de CO2 a 100 milhões de toneladas por ano,  justamente a meta doProtocolo de Kyoto, que até hoje não cumprida pelas nações signatárias do acordo.

Nos EUA e na Europa o reconhecimento da importância ecológica das áreas úmidas fez com que os governos passassem a investir em sua proteção e recomposição. Essa nações concluíram que restaurar parte dessas regiões perdidas é mais barato do que investir cada vez mais na proteção contra grandes enchentes.

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Mas, o aquecimento global já pode estar afetando áreas como o Pantanal. Este ano, as chuvas ocorreram de forma atípica. A primeira impressão foi que houve uma grande cheia, pois as águas demoraram para baixar, porém na realidade o que aconteceu foram períodos de chuvas mais dispersos. “Já é um dos indícios dos efeitos das mudanças climáticas no Pantanal, ou seja, as chuvas ocorrendo fora das estações de cheia, o que regula o ritmo das águas desse ecossistema. Ao invés disso, o que percebemos em 2014 foi um deslocamento a temporal das chuvas, o que dificultou inclusive a vazão dos rios”, afirma Carolina Joana da Silva, pesquisadora e especialista em limnologia da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat).

O período prolongado de cheias de 2014 poderia ser algo positivo para os peixes. “Quanto mais água, melhor para a reprodução da ictiofauna. O reflexo de muitas chuvas surge dois ou três anos depois, porém, há sempre um aumento de vida indiscutível quando os rios do Pantanal recebem mais água. Com o rio cheio existem mais abrigos,  se oportuniza mais alimento e ocorre menos predação”, afirma Claumir Muniz. “O grande problema é que a cheia não tem efeitos positivos quando os rios estão assoreados”.

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O assoreamento diminui a calha regular desses rios e produz um contrabalanço ao saldo positivo das cheias. Os peixes que conseguiram se reproduzirem na época das chuvas acabam desaparecendo. “No Pantanal de Cáceres, no Mato Grosso,  tivemos um período de cheias bom. Porém, em alguns pontos do rio Paraguai já é possível atravessá-lo andando”, alerta Muniz.

Os rios de Manoel de Barros, que precisam de idade para formar os seus barrancos e 
para pousar em seus leitos, também precisam de mais proteção. Subestimar a importância do Pantanal, esses gigantesco reservatório d’águas no coração do país, pode ter consequências irreversíveis.

Fotos: Douglas Trent/Projeto Bichos do Pantanal

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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Linhaça

Assista ao vídeo e saiba mais informações sobre a linhaça e como emagrecer com o seu auxílio:

Linhaça ajuda a emagrecer - Jornal Hoje


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

escola diferente....

A escola mais verde do mundo

Em Bali, na Indonésia, fica a Green School, que abriga 330 estudantes de 50 nacionalidades e tem um jeito diferente de ensinar

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Ilustração Juliana Russo

Você é uma criança. Mora ao lado da escola, em uma casa feita de bambu. De manhã, acorda com os passarinhos e caminha até o campus. Alguns passos e já enxerga a ponte, também de bambu, que a leva até o jardim; o verde das árvores, vistoso, toma conta dos olhos. Você faz um carinho no filhote de cabra, dá bom-dia aos outros animais, passa pela lagoa de aquicultura e segue o caminho de pedras até o campo de educação física, a primeira aula do dia. 

Terminados os exercícios, você caminha para a aula de música. Daqui a pouco tem recesso. Meia hora depois, chega o momento de ir para a sala de aula. Ela não tem paredes. Você se senta na cadeira e puxa a mesa, ambas de bambu, para continuar o dia de aprendizados. Olha para frente e enxerga o quadro branco feito a partir de para-brisa de carro. É hora de aprender bahasa, a língua local, seguida de matemática e inglês. 

O tempo passa rápido e você nem nota que já está na hora de almoçar. Vai até a cantina e se delicia com os pratos - os vegetais são plantados ali atrás, na horta orgânica de que você ajuda a cuidar. Ainda pensa se quer experimentar se tornar vegetariano, vai discutir a questão com sua professora mais tarde. Ops, uma e quinze, corre para a aula de empreendedorismo. Ah, não se esqueça também de preparar o material para o projeto da comunidade ali perto, no qual você ajuda a plantar um campo de arroz. 

No fim da tarde, seus colegas de escola se reúnem em uma grande poça de lama. E assim você termina o dia: correndo, brincando e se esbaldando na lama - sem se preocupar se sua mãe vai ficar brava com toda aquela sujeira. Ela parece gostar de ver você se divertindo. 

A história acima não é fruto da minha imaginação. Faz parte da rotina dos 330 estudantes de 50 nacionalidades e seis continentes da Green School*, localizada na cidade de Ubud, na ilha de Bali, Indonésia, em um terreno de 16 hectares no meio da floresta. Em 2012, foi considerada a escola mais verde do planeta - e não é à toa. 

O foco da escola é a sustentabilidade, começando pela estrutura: os banheiros têm um sistema de compostagem; o bambu, material local, é largamente usado como matéria-prima; os alunos aprendem a cultivar o jardim orgânico e a cuidar dos animais. Até o momento, 80% da escola funciona com energia solar, com planos de atingir 100% em alguns meses, e a construção valoriza a luz natural - os raios do Sol entram por entre as frestas do bambu

ESCOLA ORGÂNICA
Idealizada em 2006 pelo casal John e Cynthia Hardy, a Green School começou a funcionar oficialmente em setembro de 2008, com 90 alunos. Ele canadense, ela americana, ambos se encantaram com as ideias do educador Alan Wagstaff, que já havia arquitetado uma learning neighborhood ("comunidade de aprendizado", em português) no documento Three Springs. 

Alan sonhava com uma vila onde a escola fosse o centro de atividades educacionais, sociais e comerciais. O foco recairia inteiramente sobre os estudantes, e quatro premissas fundamentais formariam a base educacional: capacidades físicas (o que ele chamou de kq), emocionais (eq), intelectuais (iq) e sinestésicas (sq). Ele também idealizou uma comunidade participativa, integrada e desenvolvida ao redor da escola - que seria também utilizada para festivais e eventos culturais. 

Com a Green School, a visão de Wagstaff se tornou realidade. O currículo é bem diferente, apesar de todos aprenderem as disciplinas acadêmicas básicas, como matemática, inglês e bahasa, a tal língua local. Há, por exemplo, aulas temáticas nas quais meninos e meninas são desafiados a desenvolver as capacidades citadas ao lado (físicas, emocionais, intelectuais e sinestésicas). E todos aprendem, ainda, metodologias de cooperação e são apresentados à teoria de inteligências múltiplas do pesquisadorHoward Gardner, renomado psicólogo de Harvard. 

Por fim - e para atrelar a teoria à prática -, os estudantes, constantemente, analisam casos de empresas reais e são estimulados a se envolverem em projetos práticos na escola e na comunidade. Nas turmas do ensino médio, por exemplo, os estudantes têm a aula empresa verde, na qual são instigados a elaborar uma ideia para criar seu próprio empreendimento sustentável.

Além disso, a instituição é totalmente integrada à comunidade que a rodeia: tanto o café como o restaurante da escola são geridos pelos pais dos estudantes e o lucro, revertido para bolsas de estudo que possibilitam o engajamento de alunos locais, que constituem cerca de 10% do corpo estudantil. À medida que a primeira turma do colegial se prepara para entrar na universidade - a formatura ocorre em junho -, desenha-se a questão: será que uma educação diferente é capaz de formar cidadãos conscientes, preocupados com suas ações no mundo e em como mudá-lo para melhor? Que caminhos seguirão?

O educador Paulo Freire gostava de dizer que a escola deveria ensinar o aluno a "ler o mundo", a "conhecer a realidade", para então conseguir transformá-la. O que se vê na Green School é exatamente isso: um lugar sem paredes, que não delimita fronteiras e que ajuda seus alunos a despertarem o que têm de melhor.

*Green School
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Daiana Stolf é consultora em educação internacional e sonha com o dia em que toda escola será transformadora. Juliana Russo trabalha como ilustradora há dez anos e faz parte do projeto jornalístico Cidades para Pessoas.